Crédito Imobiliário, saiba como conseguir
O volume de financiamentos imobiliários apresentou um crescimento superior a 20% no primeiro semestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023. De acordo com dados preliminares do Banco Central (BC), o montante financiado entre janeiro e junho deste ano ultrapassou R$ 108,1 bilhões. Em junho, foram registrados mais de R$ 20,4 bilhões em financiamentos, representando um aumento de 34,6% em relação a junho de 2023.
O que é crédito imobiliário?
Crédito imobiliário refere-se a um empréstimo concedido por instituições financeiras com o objetivo de adquirir imóveis residenciais, comerciais, lotes urbanos ou concluir obras de construção de imóveis.
Fatores que facilitam ou dificultam o acesso ao crédito imobiliário
A preparação para a solicitação de um financiamento imobiliário deve começar antes de buscar a instituição financeira. O passo inicial envolve a organização do orçamento familiar.
Uma dica essencial é que o comprador tenha segurança financeira e um planejamento adequado, pois o financiamento imobiliário é um compromisso de longo prazo, que pode durar até 35 anos. Por isso é fundamental que o consumidor analise suas receitas e despesas, como contas fixas, para calcular quanto da renda pode ser destinada ao pagamento das parcelas.
As instituições financeiras geralmente limitam o valor das parcelas a no máximo 30% da renda mensal do solicitante. Além disso, estar com o nome limpo é crucial, já que restrições cadastrais ou dívidas podem resultar na recusa do financiamento. Dívidas em aberto, como carnês ou compras parceladas, também podem reduzir a capacidade de crédito.
Exigências para aprovação de crédito
Embora cada instituição financeira tenha suas próprias exigências para aprovar o financiamento, alguns requisitos são comuns entre elas, conforme estabelecido pelo Banco Central. São eles:
- Ser brasileiro ou estrangeiro com visto permanente;
- Não ter restrições de crédito;
- Ter renda compatível para pagar as parcelas;
- Ter mais de 18 anos ou ser emancipado.
Além disso, algumas instituições podem impor condições adicionais, como limite de idade para o proponente, ou a exigência de preencher uma Declaração Pessoal de Saúde (DPS), que atesta o estado de saúde do solicitante.
Documentação necessária para solicitar financiamento
Para solicitar um financiamento, os bancos exigem alguns documentos, como:
- CPF;
- Documento de identidade;
- Comprovante de renda;
- Comprovante de residência;
- Declaração de Imposto de Renda ou de Isenção.
Caso o FGTS seja utilizado, documentos adicionais, como a carteira de trabalho e o extrato do FGTS, também são necessários. Além disso, o imóvel deve ter a documentação regularizada, como a matrícula atualizada, certidão de ônus e outros documentos específicos.
Composição de renda no financiamento imobiliário
Os bancos permitem que a renda de mais de uma pessoa seja utilizada para a composição do financiamento, o que pode facilitar a aprovação do crédito. A renda pode ser composta por cônjuges ou parentes, e, em alguns casos, os co-financiadores nem precisam residir no imóvel.
Etapas do financiamento imobiliário
- Organização financeira: Antes de solicitar o crédito, é importante quitar eventuais dívidas e ter clareza sobre a capacidade financeira de assumir as parcelas.
- Simulação: O consumidor deve realizar simulações nos sites das instituições financeiras para estimar o valor que pode ser financiado.
- Documentação: Após a aprovação do crédito, o próximo passo é reunir os documentos exigidos pela instituição, tanto do comprador quanto do imóvel.
- Avaliação do imóvel: O banco geralmente realiza uma vistoria no imóvel para avaliar seu valor de mercado, e o custo dessa avaliação é pago pelo solicitante.
- Assinatura do contrato: Com toda a documentação em ordem, o contrato é assinado por todas as partes envolvidas, e o comprador deve registrá-lo em cartório antes de o banco liberar o valor ao vendedor.
O processo de financiamento imobiliário envolve diversas etapas, desde a organização financeira até a assinatura do contrato. A preparação adequada é essencial para garantir a aprovação do crédito e evitar surpresas ao longo do caminho.
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Financiamento de imóveis pela Caixa mudará as regras em Novembro/2024.
Quem busca financiamento imobiliário pela Caixa Econômica Federal, utilizando recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), poderá enfrentar novas regras para a compra de imóveis a partir do próximo mês. A instituição financeira anunciou, recentemente, que modificará as condições para financiamentos de imóveis com valor até R$ 1,5 milhão, exigindo um valor de entrada mais elevado dos compradores.
Confira a seguir as principais mudanças nos financiamentos e o período em que essas alterações começarão a valer.
Limite nos empréstimos com recursos do SBPE
O que vai mudar?
Conforme informado pela Caixa, os financiamentos realizados com recursos do SBPE passarão a ter um limite de valor de até R$ 1,5 milhão para compra ou construção de imóveis. Além disso, os clientes não poderão possuir outro financiamento habitacional ativo com a Caixa para serem elegíveis nessa modalidade.
Como era antes?
Atualmente, não há um teto definido para os financiamentos com recursos do SBPE, e os clientes podem ter múltiplos financiamentos ativos, desde que não estejam utilizando o FGTS.
Redução das cotas de financiamento
Outra mudança significativa envolve a redução das cotas de financiamento. A partir de novembro, a Caixa financiará até 70% do valor do imóvel no Sistema de Amortização Constante (SAC). Atualmente, o banco financia até 80% do valor total. Já pelo Sistema Price, o financiamento cairá de 70% para 50%.
No SAC, o valor das prestações diminui ao longo do tempo, devido à redução gradual dos juros. No Sistema Price, o valor das prestações permanece constante ao longo do contrato. Na prática, os compradores terão que desembolsar um valor maior de entrada ao adquirir o imóvel.
Exemplos:
- SAC: Para um imóvel de R$ 800 mil, o modelo atual financia até R$ 640 mil (80%), com uma entrada de R$ 160 mil. No novo modelo, o financiamento será de até R$ 560 mil (70%), e a entrada passará a ser de R$ 240 mil.
- Price: No modelo atual, para um imóvel de R$ 800 mil, a Caixa financia até R$ 560 mil (70%), e o comprador paga R$ 240 mil de entrada. Com as novas regras, o financiamento será de até R$ 400 mil (50%), com o comprador desembolsando R$ 400 mil como entrada.
Vale ressaltar que essas mudanças não se aplicam a imóveis vinculados a empreendimentos já financiados pela Caixa, onde continuam valendo as regras anteriores.
Pelo sistema SAC, o valor total das prestações pagas vai diminuindo ao longo do tempo, por conta da parcela decrescente de juros. Já no sistema Price, o valor total é constante durante o prazo contratado.
Quando as mudanças começam?
As novas regras de financiamento com recursos do SBPE entram em vigor a partir de 1º de novembro e, segundo a Caixa, não possuem prazo para expiração, o que indica que podem ser medidas permanentes.
E quem já tem financiamento ativo?
A Caixa informou que as novas regras não afetam contratos de financiamento já em andamento. Portanto, os mutuários que adquiriram imóveis anteriormente não terão alterações nas suas condições de financiamento.
Motivos das alterações
Essas mudanças surgem em resposta ao aumento da demanda por imóveis no mercado brasileiro e à redução de recursos na caderneta de poupança, que é a principal fonte de capital para os empréstimos via SBPE. De acordo com o Banco Central, houve uma significativa retirada de recursos da poupança, com saques líquidos de R$ 7,1 bilhões em setembro, marcando o terceiro mês consecutivo de retiradas.
Além disso, a Caixa já superou as expectativas de crédito habitacional para 2024, com um total de R$ 175 bilhões concedidos até setembro deste ano, o que representa um aumento de quase 29% em comparação ao mesmo período de 2023. A instituição é responsável por quase 70% do crédito imobiliário no país, sendo que 48,3% das operações são financiadas por meio do SBPE, somando R$ 63,5 bilhões até setembro.
“A Caixa estuda constantemente medidas que visam ampliar o atendimento da demanda excedente de financiamentos habitacionais, inclusive participando de discussões junto ao mercado e ao governo, com o objetivo de buscar novas soluções que permitam expansão do crédito imobiliário no país, não somente pela Caixa, mas também pelos demais agentes do mercado”, afirmou o banco em nota oficial.